Próximo de sua completude, o projeto Loona, que estreou secretamente como resposta do proletariado ao New Deal, ao final da década de 30, finalmente lançou sua penúltima guria, que agora são 788, somando as gerações.
Os teasers de Go Won foram tão misteriosos quanto o tom assumido pela Blockberry a partir de Eclipse (epíteto “A Salvadora”), quando o esquema parecia afinar ao desastre tanto quanto o queixo de Vivi. Se a unit anterior provavelmente é insuperável, o conceito iniciado por Yves é por si suficientemente atraente, mesmo que os singles sejam menos consistentes.
Nisto, a nova garota cumpre a premissa. A storyline segue instigante e impecável, enquanto a música é empurrada ao segundo plano:
Apesar de não fazer posts tão frequentes às meninas, eu tô sempre comentando sobre no twitter. Sobre Go Won, observei como a aura ao seu redor – figurino, maquiagem e enquadramentos – pareciam sugerir uma ambientação creepy ao MV, algo mais metafórico do que explícito, é claro – atmosférico; soturno e/ou macabro.
Eu não acertei, nem errei. Num meio-termo, One&Only por diversas vezes se aproxima a um romance gótico, mesmo que o aspect ratio estreite o design de produção do MV. Na verdade, essa sensação claustrofóbica concebe uma sensação própria de prisão que casa bem com a plot da vez, micro e macrocósmica – isto é, individual e em relação ao Loonaverse.
O que temos é a última indivídua no Éden, reclusa e evitando deixá-lo, iludindo a si mesmo como satisfeita nele e fugindo de outras duas meninas – Yves e Chuu, que a buscam resgatar daquele local. As referências não são restritas a elas, entretanto, como podemos ver Choerry morcegando de ponta cabeça e deixando cair uma maçã, a mesma que ela recebeu de Yves lá em seu debut.
A fruta de Go Won, no entanto, é o abacaxi, e ao comê-lo, ela se transforma, tal qual o processo de evolução da borboleta que tanto vemos no vídeo, uma alusão ao efeito borboleta e à metamorfose.
Após atravessar a fase de pupa – e não à toa um deles é vermelho, a cor do desejo, o florescer feminino, temática adotada pelo projeto -, deixa a inocência e adota sua verdadeira persona, inteiramente modificada, assim como a fotografia azul-melancólica da mansão desaparece, e sem pudor, sua nova identidade senta-se em seu trono, o pedestal da infâmia. À mesa, também vemos as frutas que simbolizam Yves – a maçã -, e Chuu – o moranguino. A coroa recebida por Yves também reforça a ideia de que esta é a força motriz por trás da rebelião das Idols, ou talvez seja o papel desempenhado pela próxima e última participante.
O enredo que novela o Loonaverse é tão interessante e rico, que como vocês percebem, é perfeitamente cabível fazer um texto extenso sobre sem jamais tocar na música em si. Isto seria, a meu ver, uma traição ao conteúdo audiovisual, por mais esmero que seja depositado na construção visual dele. A música deve ser parte do complemento que se compõe uma obra audiovisual. Nisto, One&Only, serve mais como reforço na temática de auto-descobrimento e amizade representado pelo grupo do que divertimento ou mesmo reflexão sonora. A própria Heart Attack, a mais prosaica das faixas lançadas em vários meses, possui um tom weirdo e alternâncias de ritmo que tornavam a experiência enfática, enquanto não senti nada semelhante desta vez, uma monotonia contribuída pelo fato de Go Won ser uma rapper, o que limita claramente o resultado final.
A esperança é que há um padrão intermitente de como eu saboreio o Loona. Heart Attack, Love Cherry Motion e Girl Front, por exemplo, são todas canções que não apreciei de primeira. Vai que aconteça o mesmo, ainda que pareça improvável agora.
De todo modo, com menos hype do que vejo em companheiros da blogosfera, sigo gratificado pelo Loona.
Grande parte da teoria aqui citada foi extraída do perfil JinsoulsBlue. Também recomendo o blog parceiro do Delírios, E Aí Surgiu o Kpop, para interessados na semiótica dos MVs.
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Só digo isso: Porra…
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Loona quase sempre tem esse efeito em mim: de primeira eu não gosto MUITO da música, mas depois de algum tempo é como se eu começasse a enxergar o verdadeiro “charme” dela. Apesar disso, essa foi a música que menos teve impacto em mim na “primeira ouvida”, então provavelmente vai ficar fora das 9 melhores das 12 mesmo. E eu nem achei ela ruim. Isso só prova a qualidade do Loona, pelo menos pra minha pessoa.
Como sempre é divertido tentar achar as “referências” nos MVs delas, e sempre deixo passar algumas que só descubro lendo resenhas como essa.
Espero que depois do debut oficial do grupo, Loona ganhe mais popularidade pra poder se manter ai por uns bons anos. A média dos MVs não chega nem a 2 milhões de views, e como o youtube parece ser o principal canal de publicidade (e divulgação da palavra divina em formato de mini-vlogs) delas, creio que precise de pelo menos 10x isso pra se manter forte no mercado. Espero que até 2020, elas alcancem (e ultrapassem) esses números.
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Nos comentários do youtube tem um user que postou umas 40 referências com o tempo marcado ainda
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“O enredo que novela o Loonaverse é tão interessante e rico, que como vocês percebem, é perfeitamente cabível fazer um texto extenso sobre sem jamais tocar na música em si. Isto seria, a meu ver, uma traição ao conteúdo audiovisual, por mais esmero que seja depositado na construção visual dele…”
Hoje comentei no grupo que participo exatamente isso.
E usei uma letra de David Bowie pra ilustrar o que eu penso:
“Don’t you wonder sometimes?
Bout sound and vision.
Blue, blue, electric blue
That’s the color of my room
Where I will live
Blue, blue.
Pale blinds drawn all day
Nothing to do, nothing to say
Blue, blue.
I will sit right down,
Waiting for the gift of sound and vision
And I will sing,
Waiting for the gift of sound and vision
Drifting into my solitude, over my head
Don’t you wonder sometimes?
Bout sound and vision.”
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Que cult
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Né?
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Só sei que sempre acho os mvs bonitos, bem produzidos ate mesmo não gostando da música aplaudo o mv ou vice e versa, mas vou ser sincera e dizer que não gostei da música, achei a voz da menina irritante e o mv com essa tela aí me incomodou ao extremo ao ponto de não prestar atenção e reparar a Chuu e Yves de primeira. Uma ótima fanfic pra Go Won, música e mv foram bem menos 😔
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“E, após, 4. Significa que a última integrante já deixou o Éden? Veremos.”
Então eu vi (acho) em um comentário de um vídeo de teorias sobre o loona (se eu lembrar, posto o link aqui depois) que alguém falou que como essas 4 últimas integrantes estão no mundo invertido do loonaverse, a 12º integrante na verdade representaria a 1º integrante dessa última unit e que a Yves seria a 4º. Ou seja, quem realmente foi a primeira a sair do Éden foi a 12º integrante.
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Mas aí seria estranho apenas uma guria da unit anterior estar fora
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Eu gostei muito de One&Only, a letra também é linda! Não só da música, mas do MV, cenários e aparição de Yves e Chuu. Go Won já é uma candidata a bias, mas irei tentar esperar pela décima segunda integrante para escolher uma bias definitiva. Yves, Chuu e Go Won trouxeram frases que colaram na minha mente como chiclete: “All my life, by my life”, “You Attack my heart” e “My one and only love”. Espero que a última garota também traga uma frase marcante, haha. ❤
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Nem eu havia reparado tanto nisso
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Comigo tem acontecido a mesma coisa com as músicas, e One&Only só não foi menos interessante que a da Hyunjin pra mim. Mas veremos. Sobre o MV e a letra, sigo surpreendida e sem palavras, e seu post ficou ótimo como sempre. Em breve faço minhas especulações também hahahaha.
Muito obrigada pela indicação no final do post, querido 😊💖.
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No aguardo de sua análises.
Disponha ^^,
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Fui procurar algo relacionado ao primeiro parágrafo rs Bah. Ironia aleatória.
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