Como costuma se expressar a juventude contemporânea: “que morte horrível”.
É irrelevante dizer que Ladybeard (que aliás, lançou algo bem melhor recentemente) era o verdadeiro diferencial do grupo, tanto pelo visual hilariante e nada ortodoxo, quanto pela essência metaleira que o sujeito representava no ato com um carisma avassalador, o que gerava um contraste anacrônico e fascinantemente bizarro com as doces vozes das garotas.
Mas como todo bom escravo do Asian Music – e algum grau menor de fã do LadyBaby – ansiava em um misto de dúvida com ansiedade o que seria das duas sem seu Senpai.
E a resposta é justamente a mais óbvia, e até por isso menos esperada: elas mantiveram o mesmo espírito de antes; a mescla instrumental de Pop com Metal e um conceito cultural no limiar entre o interessante com o constrangedor.
E aí temos um grande porém: o timbre de ambas não serve para gêneros sonoros pesados, e o contraste das vozes com a pauleirama de fundo perde o fator fetiche culposo que tínhamos com Ladybeard para ser apenas dissonante, estranho; enquanto a tentativa de emular seu antigo membro com a voz rouca é pífia e até desastrosa, em claro desespero para não perder a fanbase.
Primeiro que denota uma falta de criatividade e esperança profunda pro futuro do Ladybaby; segundo que faz justamente o que a faixa deveria evitar: evocar Ladybeard à memória. O artifício poderia funcionar caso a mimetização fosse ao menos competente e similar a voz do ex-Idol ou extremamente diferente para dar novos ares. Entretanto, o intuito me parece imitar descaradamente o tom de Beard, e o êxito é nulo, o que nos faz apenas lamuriar a ausência do homem que tanto nos divertia em sua excentricidade.
O single será lançado dia 30 e também incluíra a canção “Shanshanshantan“. Espero não receber outra bomba dessas.
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